segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Consumo excessivo de Álcool por Jovens


Desde sempre as bebidas alcoólicas foram apreciadas pelo homem. Actualmente põe-se, no entanto, um problema que anteriormente era mais raro: os jovens – falo de rapazes e raparigas entre os 12 e os 17 anos – tem tendência a beber cada vez mais e com maior frequência. Um passeio por zonas de diversão nocturna revela muitas vezes situações desagradáveis e chocantes.
Mas afinal quais as razões para os jovens beberem demais?!

Na minha opinião estas atitudes dos jovens devem-se em parte à pressão de grupo. É comum, entre jovens, haver incentivos ou mesmo desafios a fazer aquilo que todos sabem que não devem fazer. Assim acontece com o álcool ou mesmo com o tabaco. Desde cedo os jovens são levados a ingerir essas bebidas, sendo que frequentemente não são capazes de resistir a essa pressão.

Isto leva-me a outro ponto que considero relevante: existe entre jovens a acepção de que uma pessoa que consiga beber mais é superior às restantes. Isto leva os jovens a tentar superar as suas capacidades, ingerindo mais álcool do que aquele que conseguem suportar, perdendo assim o auto-controlo e a noção do limites.
Esta noção é talvez reforçada pelos exemplos de pessoas mais velhas que os jovens pretendem seguir. Muitas vezes os jovens estão em contacto com pessoas que admiram e que vêm beber bebidas alcoólicas (não necessariamente familiares, mas também amigos ou colegas mais velhos). Como as crianças têm a tendência de imitar aquilo que vêm as pessoas mais velhas fazer, tentam também beber álcool o que pode ter consequências graves.

A ingestão de álcool é um processo viciante e provoca ainda sensações fora do comum que os jovens gostam de experimentar. Uma vez ingerido, o álcool circula no sangue e pode provocar, numa primeira fase, alguns efeitos “agradáveis” como a alegria excessiva, tonturas e algum descontrolo, evoluindo, numa próxima fase, para sensações de desequilíbrio e sono, entre muitas outras. Muitos jovens consideram estas sensações engraçadas e agradáveis, pelo que bebem bebidas alcoólicas em excesso. Ao fim de alguma experiencias, os jovens sentem-se carentes e tornam-se viciados

Por último gostava de mencionar ainda uma outra razão para este consumo excessivo de álcool por jovens: As bebidas alcoólicas estão hoje – mais do que nunca – acessíveis aos jovens, apesar de ser proibido por lei.
O Decreto-Lei n.º 9/2002 de 24 de Janeiro que regulamenta a venda e consumo de bebidas alcoólicas estabelece no seu artigo 2º - 1 :
É proibido vender ou, com objectivos comerciais, colocar à disposição bebidas alcoólicas em locais públicos e em locais abertos ao público: 
a) A menores de 16 anos; (mudou recentemente para os 18 anos)
b) A quem se apresente notoriamente embriagado ou aparente possuir anomalia psíquica.
Nos locais de diversão nocturna (seja uma discoteca, um bar ou qualquer outro local), os jovens são constantemente confrontados com ofertas de bebidas alcoólicas e em regra não lhes é imposta qualquer restrição no acesso a estas (contrariamente ao estabelecido na lei acima transcrita). Frequentemente os estabelecimentos de diversão nocturna oferecem mesmo bebidas aos jovens de forma a estimular o consumo. É também costume nos cartões de consumo estar já incluída uma bebida que os jovens pagarão mesmo se optarem por não a beber. Com todos estes estímulos e facilidades não é de admirar que os jovens bebem bebidas alcoólicas.

O facto de os pais não controlarem hoje os seus filhos menores e as suas saídas nocturnas e companhias, aumenta fortemente a facilidade deste acesso às bebidas alcoólicas.


Concluímos, pois, que os jovens são incentivados e desafiados a consumir mais bebidas alcoólicas que lhes estão cada vez mais acessíveis, apesar de isso ser proibido por lei. Este é um grande problema da nossa sociedade de hoje que necessita de ser tratado com grande urgência.
Este último aspecto é provavelmente o âmbito em que seria mais fácil influir de forma a evitar situações como as acima descritas. Era necessária uma maior supervisão dos estabelecimentos de diversão nocturna e uma legislação mais severa no que respeita infracções que se cometessem nesse sentido.

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